Este mês estivemos à conversa com o Fundador e CEO da VisitFoods, uma das startups que participou na edição de 2018 do Tourism Explorers. Josué Fonseca explicou-nos como nasceu e em que consiste este projeto, como está a dar a volta à crise que estamos a viver e deixou também alguns conselhos a quem está, atualmente, a passar por dificuldades.
© Ana Oliveira, Fábrica de Startups
“As marcas têm de pensar em adaptar-se”. Esta é uma das principais mensagens deixadas pelo Fundador e CEO da VisitFoods, Josué Fonseca, nesta entrevista. Trata-se de uma produtora multimédia especializada nas áreas do turismo e gastronomia, que também já teve de fazer algumas alterações na sua forma de trabalhar. Uma paixão por turismo e gastronomia: Josué conta que sempre teve “uma paixão muito forte por turismo e gastronomia” e que, a certa altura, se começou a deparar “com uma lacuna de mercado muito grande nesta área, a nível de comunicação, marketing e produção de conteúdos”. Foi assim que nasceu a VisitFoods. O seu Fundador e CEO explica que “é um mercado que tem crescido muito e que agora, infelizmente, está a crescer ainda mais”. Restaurantes, cafetarias, pastelarias: A VisitFoods tem como principais clientes, neste momento, restaurantes, cafetarias, pastelarias, que estão a trabalhar em sistema de take-away e delivery. Segundo Josué estes estabelecimentos correspondem a “90% da procura” e os restantes 10 a “negócios que estão a tentar readaptar-se e a mudar o seu modelo de negócios”. Um departamento de marketing feito à medida: Josué explica que ajudam os seus clientes, sobretudo, na produção de conteúdos: “nós somos o designer, o fotógrafo, o videógrafo, o copywriter dos nossos clientes”. “É como se o cliente tivesse um departamento de marketing à sua medida, em que pode contar com as nossas ferramentas para chegar mais rapidamente ao mercado com as suas ideias”, acrescenta. Capacitar o cliente: Mas, mais do que fazer pelos clientes, a VisitFoods quer capacitar os seus clientes: “eu prefiro mil vezes formar o cliente, para ele conseguir gerir o seu negócio sozinho e dominá-lo cada vez mais e, assim, poupar dinheiro, do que estar a fazer por ele e a torna-lo refém de mim”, explica Josué. Câmara, luzes, ação: Josué diz que tem clientes, como hotéis e spas, que fazem os seus próprios vídeos e que depois enviam para a VisitFoods editar. “Há vídeos que quase não parecem ter sido captados pelos clientes”, acrescenta. Estar na Internet é uma tendência: Segundo Josué, os pequenos comerciantes reconhecem que é importante estar na Internet, mas, na sua perspetiva, “falta ainda um bocadinho para perceberem que isto é mesmo uma tendência”. “Na minha humilde opinião, penso que o mercado vai sofrer bastantes alterações nos hábitos de consumo dos clientes e, independentemente de tudo, as marcas têm de pensar em adaptar-se”, acrescenta. Adaptar-nos para vencermos: “Seja qual for o restaurante, pastelaria ou padaria, se, neste momento, se adaptar a esta forma de estar, pode vencer”, diz Josué. “Acho que, por exemplo, o restaurante que, neste momento, conseguir ter um serviço de entrega ao domicílio vai ganhar uma quota de mercado muito grande, não só agora, como no futuro”, explica. A VisitFoods como exemplo: Josué confessa que há mais de um mês que não podem andar a fotografar e a filmar. Como tal, têm recebido os produtos dos seus clientes nas suas casas (vinhos, queijos, etc.) e feito estúdios improvisados nas mesmas. “Adaptem-se e vão para cima do mercado”, diz. Packs VisitFoods, Packs por Portugal: Para “ajudar a área da restauração e do turismo a reinventar-se e a renascer”, a VisitFoods lançou recentemente os “Packs VisitFoods, Packs por Portugal”. “Afinal, todos vão ter de renascer e readaptar um bocadinho o seu modelo de negócio”, explica Josué. Solidariedade em tempo de crise: Apesar de terem estes packs, Josué diz que têm ajudado várias pessoas: “nós temos muitos serviços gratuitos, sem asteriscos, sem contrapartidas”. “E gostava que mais restaurantes nos contactassem, que mais padarias nos contactassem, porque às vezes precisam de uma ajuda, que a nós nos leva 10 minutos”, conclui. Lutar, reajustar e inovar: Para Josué “os três ingredientes essenciais para quem quiser estar no mercado são lutar, reajustar e inovar”. “Acabam todas em ‘ar’, porque são uma lufada de ar”, explica. De qualquer forma, deixa como ressalva que “não se pode dizer isto em bandeira, porque se não podemos estar a empurrar pessoas para um precipício”. O Tourism Explorers como ferramenta para amadurecer ideias: “Amadurecemos muito a nossa ideia, porque ainda era uma ideia inicial e, com a ajuda de todos os mentores e de todas as pessoas especialistas em negócios, sem dúvida que o negócio da VisitFoods saiu muito mais maduro do Tourism Explorers, do que aquilo que estava”, diz Josué. “Nós entrámos no programa como uma revista digital, acabámos como um guia digital gastronómico e hoje somos uma produtora multimédia especializada em turismo e gastronomia”, continua. “Nós começámos a ver que antes de sermos uma plataforma que dá a conhecer um restaurante, o restaurante precisa de ajuda para se dar a conhecer”, acrescenta. O poder dos mentores: “Para mim o mais importante, sem dúvida, são os mentores, porque são pessoas sempre com mais experiência e deram-nos bons inputs para amadurecer o nosso negócio”, explica Josué. “Quando estamos a começar um negócio estamos tão focados na nossa ideia e achamo-la tão boa, que alguém que diga ‘não vás por aqui, porque tal, tal, tal… e vai por aqui, porque tal, tal, tal’ tem um valor incalculável”, conclui. Entrevista feita por: Rita Frade, Coordenadora de Marketing e Comunicação da Fábrica de Startups