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João Dias: “Os empreendedores, mais do que nunca, têm de conseguir ser flexíveis e de se adaptar"

Este mês fomos conversar com a Breathe Portugal, uma startup que quer mudar a forma como as pessoas se relacionam com a natureza. Para quem, como nós, ficou retido em Lisboa, esta conversa vai ser uma motivação extra para aproveitar os recursos naturais de Portugal.


© Ana Oliveira, Fábrica de Startups


Conhecemos o João Dias há um ano, quando participou no Tourism Explorers com o seu projeto Breathe Portugal. Trata-se de uma empresa dedicada à organização de atividades ao ar livre. Mas, como é que surgiu esta ideia de negócio? De que forma é que estão a lidar com os desafios resultantes da pandemia de Covid-19? O João responde a estas e outras questões, nesta entrevista. Uma ideia made in Brasil: João conta que a ideia de negócio surgiu quando esteve no Brasil, mais propriamente em zonas naturais, e sentiu, na primeira pessoa, o potencial terapêutico do contacto com a natureza. Quando regressou a Portugal, decidiu “maximizar esses efeitos que existem na natureza, com atividades”. O Facebook como rampa de lançamento: Depois, começou a organizar eventos no Facebook, onde pediam “o suficiente para pagar as despesas”, diz João. E, ao contrário daquilo que estavam à espera, tiveram uma adesão muito grande, “principalmente, de pessoas estrangeiras que estavam a morar cá ou que estavam a passar por cá”, acrescenta. “Mas, foi assim que começou”, conta. “Através do Facebook”, conclui. Empreendedor por acaso: João diz que “não era daquelas pessoas que já em adolescente achava que era empreendedor”. “Tudo aconteceu, porque ainda não existia um projeto assim, como a Breathe Portugal”, explica. Ganhar skills com o Tourism Explorers: Como não tinha muita experiência como empreendedor, João sentia necessidade de ganhar “o máximo de skills possível”, então quando viu a oportunidade de poder participar no Tourism Explorers, não pensou duas vezes. “Eu sabia que ia aprender e que ia ter também feedback de pessoas que percebem desta área”, explica. Para além disso, João diz que este programa os ajudou também a solidificar e a expressar por palavras aquilo que fazem: “uma dificuldade que nós sempre tivemos foi conseguir explicar o que fazemos de forma acertiva e o Tourism Explorers ajudou-me muito nisso”. “Depois, também foi bom pôr tudo à prova e reconsiderar tudo aquilo que nós achávamos que já estava mais ou menos firme e que afinal ainda não estava”, acrescenta. Uma reviravolta inesperada: João conta que estavam numa fase de crescimento, quando a pandemia de Covid-19 chegou: “nós já estávamos com alguma tração, principalmente no primeiro trimestre deste ano, que foi verdadeiramente o primeiro trimestre em que nós conseguimos pagar todas as nossas despesas e ainda ter lucro”. Mas, em março, as reservas que tinham marcadas até junho foram todas canceladas. João diz que, quando isso aconteceu, decidiram centrar-se no B2B (Business to Business) e começaram a fazer contactos com empresas e com escolas, mas sem grande sucesso. “Agora, vamos voltar a fazer passeios e road trips”, acrescenta. “Em vez de serem experiências de 5 horas, são, por exemplo fins de semanas, em que levamos as pessoas para fora de Lisboa e depois trazemo-las de volta”, termina João. O saber adaptar-nos às dificuldades: Os empreendedores, mais do que nunca, têm de conseguir ser flexíveis e de se adaptar às dificuldades”, afirma João. Para além disso, diz também que estes têm de ter a “humildade de conseguir dar resposta a várias coisas”. “Um empreendedor tem de fazer tudo e, por isso, se tiver de ir ver tutoriais, para fazer uma coisa no Photoshop, tem de o fazer, até ter dinheiro para investir num designer”, acrescenta. Uma oportunidade para acelerar o processo de digitalização: João diz que esta é uma “grande oportunidade para as empresas para acelerarem o seu processo de digitalização”. “Eu acho que as empresas que não estavam online estão agora realmente a perceber que têm, pelo menos, de ter uma faceta online, para estarem sempre com as pessoas”, acrescenta. João diz, ainda, que consideraram tornar a Breathe Portugal num negócio online, mas que essa não é a essência do seu projeto. Ainda assim, João explica que um dos seus planos é começarem a criar mais conteúdos: “nós já pensámos criar um podcast e fazer vídeos sobre vários temas, para criar uma relação mais próxima com quem nos segue, em vez de estarmos a fazer publicações nas nossas redes sociais, só para vendermos os nossos passeios”, conclui. Entrevista feita por: Rita Frade, Coordenadora de Marketing e Comunicação da Fábrica de Startups

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